sábado, 12 de abril de 2008

Estresse: vilão ou bonzinho?


Saiba como administrar algo tão comum nos dias de hoje

Por Thaís Bronzo


Corre para cá, corre para lá, trânsito, violência, competitividade no trabalho, a agitação da vida moderna: tudo isso gera estresse. Apesar de frequentemente descrito como algo ruim, o estresse, se bem administrado, pode trazer benefícios principalmente no campo profissional.

O estresse é a reação do organismo a uma situação que exige grande adaptação. De acordo com o psiquiatra e psicoterapeuta Tito Paes de Barros Neto, diretor do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS), este estado de tensão causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo. “Este equilíbrio interno é chamado de homeostase e, quando ele é rompido, não há entrosamento entre os vários órgãos do corpo. Chamamos de estresse inicial quando alguns órgãos precisam trabalhar mais que os outros para poderem lidar com o problema”, diz Barros.

Mas o estresse que era inicial pode migrar para uma fase mais avançada, com implicações diferentes em nosso organismo. Segundo Barros, as fases do estresse são: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão.
- Na fase de alerta há uma maior produtividade e motivação, existindo, no entanto, a quebra na homeostase do indivíduo. Com este desequilíbrio interno há um esforço maior despendido, visando um enfrentamento da situação desafiadora;
- Na fase de resistência há uma busca pelo reequilíbrio, acarretando uma grande utilização de energia. Nesta fase, já há dificuldade de memória;
- Na fase de quase exaustão há momentos que o indivíduo consegue resistir as tensões e em outros não consegue. Apresenta cansaço, ansiedade e desconforto. Algumas doenças podem aparecer; e
- Na fase de exaustão há um comprometimento físico muito grande, há exaustão psicológica. Neste momento é importante a procura do médico.

Em geral, os principais sintomas do estresse são: tensão muscular, irritabilidade, acordar cansado pela manhã, dificuldade de memória e concentração, ansiedade, problemas dermatológicos, retração de gengiva, desânimo e depressão.

A psicóloga Cristiane Gebara Ferreira, também diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS), afirma que o estresse na fase de resistência, quando bem administrado, leva a pessoa a uma alta produtividade, portanto, é muito bem visto pelas empresas. “O problema é saber ponderar e não entrar na fase de exaustão. Os limites tornam-se sutis e geralmente são ultrapassados”.

A rotina e os compromissos do dia-a-dia se tornam um prato cheio para uma vida estressante. Como não há cura para o estresse, é importante haver o controle, afim de não atingir as áreas social, afetiva, saúde e, até mesmo, profissional.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Luto: é preciso superar


Como eu, você, amigos e familiares devemos encará-lo?

Por Thaís Bronzo

“É uma coisa que a gente nunca esquece”. Assim a dona-de-casa Maria Conceição Piassi, de 69 anos, explica o que sentiu ao perder o marido há um ano e meio. “Durante 18 anos ele conviveu com a doença de Alzheimer. Eu esperava a morte dele, mesmo assim, fica um vazio”.

Esse sentimento após a morte de um ente querido, chamado de luto, é um processo de adaptação emocional. “É uma reação – normal e esperada – diante da perda de alguém com quem se tinha um vínculo afetivo”, garante a psicóloga Valéria Tinoco, que também é professora do curso de especialização em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto do 4 Estações Instituto de Psicologia. “O processo de luto também ocorre diante da experiência de outras situações que envolvem perdas. Por exemplo: separação, adoecimento, perda de um ideal, aposentadoria”.

A professora de antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), Caroline Cotta de Mello Freitas-Hupsel, explica que o luto é uma manifestação social que revela duas questões importantes. “Por um lado revela como determinado grupo social lida com a morte e, por outro, como este mesmo grupo lida com a vida. Todas as sociedades e culturas humanas possuem formas próprias de entender a morte e de lidar com o momento posterior à morte de alguém”.

Assim, existe uma série de sintomas, reações e comportamentos que são freqüentemente manifestados pelos enlutados, tais como: choro, tristeza, depressão, agitação, insônia ou excesso de sono, alteração do apetite, euforia, alívio, dificuldade de concentração. “Isso não quer dizer que todas as pessoas enlutadas devem ou vão sentir estas reações. Algumas pessoas podem sentir algumas ou várias delas, outras podem não sentir ou sentir apenas após um certo período de tempo”, afirma a psicóloga.

“Quando a pessoa recebe a notícia da perda, pode haver uma reação inicial de negação, como se a pessoa não pudesse acreditar no que aconteceu. Após esta primeira etapa, quando vai se dando conta de que a perda aconteceu mesmo, ela pode se sentir em depressão e é quando um maior sentimento de tristeza se manifesta. Somente após o enlutado aceitar que a perda aconteceu é que ele poderá elaborar esta perda e se recuperar desta experiência”, detalha a psicóloga.

Logo após a morte do marido, Maria Conceição se desfez dos pertences dele. “Ainda tem um pouco de roupa. Mas não deixo fotos espalhadas pela casa. A gente não precisa de fotos para lembrar”, diz, emocionada.

A psicóloga alerta que não é possível precisar quanto tempo leva o processo de luto. “Podemos dizer que o luto nunca termina, pois sempre estamos elaborando a relação que foi modificada pela perda. Por outro lado, quando sentimentos positivos começam a surgir, a dor começa a diminuir e podemos lembrar desta relação não só com dor, podemos dizer que o luto está sendo elaborado. Dificilmente este processo dura menos de um ano”, garante.

E para a elaboração do luto, amigos e familiares têm papel importante. “O apoio emocional neste momento é um fator que ajuda no processo de elaboração. A ajuda prática que as pessoas mais próximas podem dar neste momento é muito bem-vinda. Exemplos desta ajuda prática seriam: cuidar do funcionamento da casa (comida, contas a pagar) e ajudar no cuidado das crianças”, enumera a psicóloga. “É preciso que estas pessoas aceitem e respeitem as expressões de sofrimento sem querer que a pessoa ‘melhore rápido’. Falar coisas como ‘não chore’, ‘vai passar logo’, ‘foi melhor assim’, não ajuda! Mais do que falar, neste momento é preciso que quem esteja ao lado do enlutado seja um ‘bom ouvido’ e esteja atento às necessidades daquela pessoa, lembrando que nem todo mundo sofre da mesma maneira e que aquela experiência não pode ser comparada a outra”, completa.

Além disso, é importante que o enlutado respeite os próprios sentimentos. “Saber que, por um determinado período de tempo, ele possivelmente não poderá dar conta das coisas que normalmente daria, já que o período de luto é um momento onde não funcionamos no nosso ‘estado normal’ e, muito importante, pedir ajuda se necessário, sem que isso seja considerado sinal de fraqueza”, conclui a psicóloga.

A união que faz a força


Inclusão social, trabalho e renda: esse é o objetivo da economia solidária

Por Thaís Bronzo

Solidário, de acordo com o dicionário, significa “em que há responsabilidade recíproca ou interesse comum”, “que depende um do outro”. Assim podemos diferenciar a economia que predomina no Brasil, a capitalista, e a economia solidária.

“Simplificando, na economia capitalista há uma separação entre aqueles que são proprietários dos meios de produção em geral, como máquinas, equipamentos, instalações, matérias-primas, o próprio dinheiro, e aqueles que só tem a sua capacidade de trabalhar”, explica o economista Marco Antonio Nascimento Pereira. “Estes, que chamamos em geral de trabalhadores, vendem a sua capacidade de trabalhar ao capitalista e trabalham então como assalariados (observando-se que há outras formas de contratação). Portanto, a cooperação que existe entre trabalhadores e capitalistas é uma cooperação entre aspas, ela é forçada, não há como sobreviver senão vendendo a sua capacidade de trabalhar”.

A economia solidária é uma alternativa econômica e social que se dá por meio de trabalho e renda. “É organização coletiva da produção, da comercialização e do consumo de forma que todos os trabalhadores decidem e controlem de forma democrática as atividades de seus empreendimentos”, afirma o integrante da Coordenação Executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) pela Associação Nacional dos Trabalhadores e Empresas de Autogestão (ANTEAG) Luigi Verardo.

“Ela se dá através das associações, troca solidárias, recuperação de empresas em processo falimentar pelos seus trabalhadores através da autogestão, finanças solidárias, cooperativas de crédito, bancos comunitários, fundos solidários, redes e cadeias solidárias, comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas), cooperativas autogestionárias de produção, de comercialização, habitacional e consumo”, enumera Verardo.

Ainda segundo Verardo, promover a inclusão social e investir em organizações de forma que se garanta trabalho e renda é muito bom e adequado para o mundo trabalhista em que vivemos hoje. “Desenvolver alternativa de organização e de trabalho é fundamental. Trabalhar com produção, comercialização e consumo conforme perspectiva de comércio justo, solidário e sustentável é questão de vida ou morte para a humanidade”, garante. “Contudo, existem problemas quando ocorrem práticas compensatórias em vez de garantir sustentabilidade, solidariedade e autogestão. Isto é ruim. Também quando surgem interesses individuais ou corporativos de transformar empreendimentos de economia solidária em valores de trocas para outros objetivos que não o da autonomia e solidariedade dos que trabalham”.

Pereira complementa lembrando que, ao aumentar o padrão de vida dos trabalhadores, amplia também o acesso à educação, o tempo de permanência na escola, por exemplo. “Os ganhos sociais são muito grandes, mas tudo isso depende da expansão considerável da economia solidária, que é algo muito problemático para se conseguir, particularmente em um país tão desigual como é o Brasil”, acredita.

Verardo explica que todos podem participar de uma cooperativa, por exemplo, desde que concordem com os princípios da economia solidária e tenham práticas condizentes a promoção da solidariedade e autogestão. “Os princípios da economia solidária podem ser encontrados no portal do Fórum Brasileiro de Economia solidária:
www.fbes.org.br”, indica.

“É muito difícil se retornar a uma era de pleno emprego com o tipo de capitalismo que temos hoje. Então a economia solidária tende a crescer, sem muito entusiasmo, como complemento da economia capitalista. A tendência é haver conflito de interesse com o crescimento da economia solidária, mas é um terreno fértil que deve ser explorado ao máximo, buscando o seu crescimento, porque realmente não se pode ficar de braços cruzados diante da pobreza e da miséria que existe no Brasil”, finaliza Pereira.

Tomate previne câncer, além de ter poucas calorias


Por Thaís Bronzo

O tomate é muito utilizado pela população brasileira, seja em saladas ou em molhos. De acordo com a nutricionista Ana Paula Maeda, o fruto na forma crua tem pouca caloria, em torno de 25. “Mesmo o molho de tomate, quando não é adicionada gordura, meia xícara de chá tem em torno de 85 calorias”, garante.

Ana Paula lembra que o tomate é um alimento fonte de vitaminas “A” e “C”, além de ácido fólico e potássio.

“O tomate tem a sua grande propriedade relacionada a sua cor. Porque é na cor do tomate que nós encontramos o licopeno”, afirma. “É ele que dá a tonalidade vermelha para o tomate e para o molho de tomate. O licopeno também é encontrado em outras frutas, como goiaba, melancia; em legumes, como pimentão; e ele está muito relacionado a prevenção do câncer de próstata”, completa. Ela explica que, no caso do câncer de próstata, o molho de tomate é melhor indicado, pois, para fazer o molho, o fruto é cozido, processo no qual o licopeno é liberado e fica mais fácil de ser absorvido pelo corpo.

“Na escolha do fruto é importante observar a cor do tomate, preferindo sempre a tonalidade mais avermelhada, que seria a característica da presença do licopeno”, finaliza Ana Paula.

SOS! Chegou a lista de material escolar


Pechinchar, parcelar, fazer compras em grupo: tudo para economizar neste início de ano

Por Thaís Bronzo


Todo ano a mesma coisa: janeiro é o mês dos gastos extras com casa, carro e, principalmente, com a escola dos filhos. Além da matrícula e mensalidade, é tempo das listas de material escolar. Cadernos, livros, canetas, lápis de cor, borracha, régua e, claro, pouco dinheiro e muita criatividade para economizar no que for possível.

“Primeiro a gente junta o que sobrou do ano anterior para ver o que dá para aproveitar e não precisa comprar. Depois faz pesquisa em duas ou três lojas perto de casa, para não acontecer de economizar no material e gastar em combustível. E compra picado, cada coisa na loja que estiver mais barato”, explica o policial militar Malcoln Douglas Rafael, de 33 anos, pai de Isabelle, de oito anos, e Malcoln Lucas, de quatro.

“Eu pesquiso preços em duas ou três lojas e compro tudo onde o preço estiver melhor. Comprando tudo no mesmo lugar, as lojas dão desconto ou parcelam o pagamento”, garante a auxiliar de limpeza Ana Dias, de 31 anos, mãe de Davi, de seis anos.

“Faço pesquisa de preço em umas cinco lojas e compro cada material na loja que oferecer o melhor preço. Normalmente os livros eu pego emprestado. Mas, além de pesquisar, tem que pechinchar, afinal, não tenho nada a perder e ainda posso ganhar um bom desconto”, afirma o editor de vídeo Wilson Pereira, de 30 anos, pai de Tamires, de nove anos.

Os papais têm razão. De acordo com o especialista em matemática financeira Marcos Crivelaro, é possível fazer uma boa economia na hora de fazer as compras. “Se comprar tudo em uma única loja e o valor total da compra for muito alto, peça desconto de 5% a 10% ou parcele em três vezes. Outra opção é comprar em várias lojas buscando as promoções de cada uma delas. Se ocorrer a união de vários pais é possível comprar de atacadistas para obter um desconto de até 20% no valor da compra”, garante.

O especialista também alerta para as compras na companhia dos filhos. “Se possível não leve a criança. Ela sempre escolhe temas infantis ligados aos desenhos da TV. Esses produtos, na maioria dos casos, são mais caros que os materiais similares sem tais decorações”, ressalta.

“Os pais devem encarar os materiais com a finalidade específica de auxiliar no aprendizado do seu filho nas várias disciplinas. Nesse caso, é importante atentar para a utilidade de cada produto solicitado, entrando em contato com a escola para sanar eventuais dúvidas”, finaliza Crivelaro.

Dê olho nos seus direitos

Procon-SP dá dicas para economizar nos materiais escolares e como evitar irregularidades no início das aulas

Para ajudar os papais no momento das compras, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo dá algumas recomendações:

-Algumas escolas exigem que o material escolar seja comprado no próprio estabelecimento. Esta é uma prática abusiva, pois é obrigação da escola fornecer as listas de material escolar aos alunos, a fim de que os pais ou responsáveis possam pesquisar preços e escolher o local em que irão adquirir os produtos; os materiais relativos à infra-estrutura do aluno na escola, como copos descartáveis, papel higiênico e água potável, não podem ser cobrados pelo estabelecimento, pois o Procon-SP entende que os materiais de infra-estrutura já estão contidos nos valores pagos a título de anuidade (ou mensalidades);

-Antes de sair às compras, verifique quais os itens que restaram do período letivo anterior e avalie a possibilidade de reaproveitá-los. Em seguida, faça uma pesquisa de preços em diferentes estabelecimentos;

-Algumas lojas concedem descontos para compras em grandes quantidades, portanto, sempre que possível, reúna um grupo de consumidores e discuta sobre essa possibilidade com os estabelecimentos;

-A nota fiscal deve ser fornecida pelo vendedor. Em caso de problemas com a mercadoria é necessário apresentá-la, portanto, exija sempre nota fiscal. Ao recebê-la, cheque se os produtos estão devidamente descritos e recuse quando estiverem relacionados apenas os códigos dos itens, o que dificulta a identificação. Se os produtos adquiridos apresentarem algum problema, mesmo que estes sejam importados, o consumidor tem seus direitos resguardados pelo Código de Defesa do Consumidor. Os prazos para reclamar são: 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para os duráveis (no caso de vícios aparentes);

-Fique de olho nas embalagens de materiais como colas, tintas, pincéis atômicos e fitas adesivas, que devem conter informações claras, precisas e em língua portuguesa a respeito do fabricante, importador, composição, condições de armazenagem, prazo de validade e se apresentam algum risco ao consumidor;

-Forma de pagamento: caso a escolha seja pelo pagamento à vista, não deixe de pechinchar. Pagamentos com cartão de crédito são considerados à vista e, portanto, o preço não deve sofrer alteração. Se a alternativa for o pagamento a prazo é preciso checar e comparar as taxas de juros. Para compras com cheques pré-datados, faça com que as datas sejam especificadas na nota fiscal e no verso dos cheques como forma de garantir o depósito na data combinada com a loja;

-Compras em ambulantes e camelôs devem ser evitadas. Apesar do preço ser mais em conta, eles não fornecem nota fiscal, o que pode dificultar a troca ou assistência do produto se houver necessidade; e

-Quanto ao uniforme escolar, veja se existe esta obrigatoriedade na escola em questão e quanto o custo deste irá influenciar no orçamento final. Somente se a instituição educacional possuir uma marca devidamente registrada poderá estabelecer que a compra seja feita na própria escola ou em terceiros pré-determinados. Para saber se a escola tem marca registrada é necessário perguntar para a própria instituição e, posteriormente, verificar junto ao cartório o registro de marcas e patentes. A Lei 8.907, de 1994, estabelece que a escola deve adotar critérios para a escolha do uniforme levando em conta a situação econômica do estudante e de sua família, bem como as condições de clima da localidade em que a escola funciona.

Em caso de irregularidades, o Procon-SP aconselha que se procure a delegacia regional de ensino, para ensino médio e fundamental, e também um órgão de defesa do consumidor, como, por exemplo, o próprio Procon.

O que é ser normal?


A loucura como doença ou uma forma diferente de ver o mundo a nossa volta

Por Thaís Bronzo


Na sociedade em que vivemos, quem pode ser considerado normal? E quem é louco? Atualmente, a palavra “loucura” é utilizada para designar pessoas ou situações incomuns, muitas vezes até como um elogio. “Trata-se de uma doença triste, uma trágica dimensão da existência! Ela não diz respeito apenas a quem é louco, mas a todos nós”, alerta o sociólogo Rafael de Paula Aguiar Araújo, que também é professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

A loucura é o nome popular dado aos transtornos mentais. “Ou seja, uma série de doenças que se manifestam principalmente por alterações na percepção da realidade, nos pensamentos e no comportamento dos indivíduos afetados”, explica o psiquiatra Antonio Leandro Nascimento, colaborador do projeto “ABP Comunidade
da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que reúne informações voltadas ao público sobre os principais transtornos, síndromes e doenças relacionadas à saúde mental.

De acordo com o sociólogo, a loucura, especificamente nas sociedades ocidentais, é vista como uma anomalia, que leva a exclusão e provoca uma inquietação nas pessoas comuns, a ponto de reclamarem tratamentos e confinamento para o louco. “A partir do momento em que a loucura passa a ter o estatuto de doença mental, loucura e razão passam a ser coisas totalmente distintas, e cria-se um saber racional para o entendimento do louco. Mas esse saber é bastante abstrato e o seu entendimento é algo bastante impreciso”, detalha.

O psiquiatra explica que os transtornos mentais podem ocorrer de diversas formas. “Tradicionalmente, ouvir vozes que outras pessoas não conseguem ouvir (alucinações auditivas) e ter pensamentos que não correspondem à realidade (delírios), como acreditar que está sendo perseguido por diversas pessoas, são sintomas reconhecidos facilmente como sinais de transtornos mentais”, exemplifica. “As doenças mentais, entretanto, manifestam-se de diversas outras formas, algumas das quais não são facilmente reconhecidas. Depressão, atos repetitivos (como lavar as mãos repetidamente por medo de estar contaminado), medos exagerados, alterações na forma como a pessoa se alimenta, dificuldades de memória e diversas outras alterações na maneira como os indivíduos percebem a realidade, pensam e se comportam podem ser sinais de transtornos mentais”.

É importante saber que os transtornos mentais freqüentemente causam sofrimento às pessoas que são acometidas e às pessoas que estão à sua volta e por isto o diagnóstico e o tratamento precoces são muito importantes para o alívio deste sofrimento. “Para que estes transtornos sejam diagnosticados é necessário que as pessoas que podem estar doentes sejam examinadas por um psiquiatra. Ele poderá diagnosticar se estas pessoas estão sofrendo de algum transtorno mental e indicar o tratamento adequado, envolvendo o uso de medicamentos e o uso de outras técnicas, como a psicoterapia”, garante o psiquiatra.

O sociólogo afirma que a loucura apresenta a possibilidade de um mundo totalmente distinto: aquele que participa desse mundo não se comunica com o mundo normal. “Mas, na mesma medida que o louco não é capaz de acessar o meu mundo e fazer parte dele, eu também não sou capaz de fazer o mesmo e ingressar em seu mundo misterioso. São linguagens diferentes”.

E não existem meios de evitar a loucura. “Mas é possível, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, obter alívio rápido dos sintomas e evitar as conseqüências sobre a vida pessoal, familiar e profissional dos portadores de transtornos mentais. Os melhores meios de fazer isto são conseguir informações sobre as diversas formas de transtorno mental e procurar auxílio médico assim que começar a sentir algum sintoma”, aconselha o psiquiatra.

“Eu acho que é possível, hoje em dia, olhar para a loucura de uma maneira diferente. É possível reconhecer que existem diferenças entre as pessoas na forma como se comportam e se comunicam e ainda assim reconhecer que são pessoas”, reflete o sociólogo. “Podemos fazer um exercício e tentar aceitar o modo de ser do diferente como mais uma forma de habitar o mundo e não como uma forma errada ou pior. Não podemos classificar alguém como louco a partir de nosso padrão de normalidade e não devemos fazer isso. É preciso olhar para essa pessoa a partir do seu próprio padrão de normalidade, buscando identificar seu sofrimento, suas restrições. Ser diferente não é o mesmo que ser louco”.

Economia doméstica: como organizar o orçamento familiar?


Por Thaís Bronzo

A consultora financeira Elaine Toledo, autora do livro “Saiba mais para gastar menos”, ensina um método que possui apenas três passos para se organizar financeiramente. “É o método ‘EPA’: ‘E’ de enxergar, ‘P’ de pensar e ‘A’ de agir”, enumera.

Seguindo o método ‘EPA’, o primeiro passo é enxergar. “Nós temos que enxergar os números na sua realidade e isso requer uma certa disciplina para a gente poder coletar dados”, explica. “Sugiro que você pegue uma caixinha, pode ser qualquer caixinha que tenha em casa, e coloque dentro dela todos os comprovantes de gastos diários. E aquilo que não tem comprovante, anote em um papelzinho que você carregue na carteira e chega no final do dia coloque na caixinha”.

Elaine sugere que se reserve alguns minutos semanais para passar todas as informações que estão na caixinha para uma planilha de orçamento. “Depois de anotado na planilha, ao final de quatro semanas você vai ter exatamente onde e quanto gastou em um mês”, ressalta.

O que fazer com esses dados? “Agora é hora do ‘P’ de pensar. Esse é o momento de reunir a família para analisar quais os gastos serão mantidos, quais serão reduzidos e quais serão eliminados”, garante.

Depois da reunião familiar, chegou o último passo: o ‘A’ de agir. “Para tornar realidade aquilo que acabamos de decidir que queremos fazer e que a família concorda”, diz.

“Com esses três passos você vai organizar o seu orçamento sem desequilibrar o seu relacionamento familiar”, finaliza a consultora financeira.

É hora do biocombustível


Nova forma de geração de energia provoca discussão

Por Thaís Bronzo

Não é mais novidade para ninguém que a temperatura da Terra está elevando e, com ela, ocorrem diversas transformações no clima do planeta, como o derretimento de geleiras, furacões de intensidade catastróficas, enchentes, secas. Uma das causas dessa mudança é o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, provocado pela queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral ou gás natural. “No relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), apresentado em fevereiro de 2007, foi colocada a necessidade de se gerar soluções amenizadoras ou de adaptação às mudanças climáticas globais. Em função disto, os programas de biocombustíveis dos Estados Unidos, da Europa e do Brasil passaram a ser considerados cada vez mais estratégicos e, em conseqüência, estão sendo fortalecidos neste momento”, explica o engenheiro químico Marcos Enê Chaves Oliveira, que também é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, na área de Sistemas Agroenergéticos.

“O mundo está tomando consciência da necessidade de fabricação de biocombustíveis, tanto econômica, como, principalmente, em relação ao meio ambiente”, ressalta o engenheiro agrônomo Frederico Durães, que também é chefe da Embrapa de Agroenergia.

Segundo a lei brasileira nº 11.907 de 13 de janeiro de 2005, biocombustível é “combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.

O físico José Goldemberg, que também é professor da Universidade de São Paulo (USP), explica que os biocombustíveis podem ser líquidos, sólidos ou gasosos. “Biocombustíveis líquidos incluem basicamente o etanol (álcool) e o biodiesel. Os sólidos incluem os resíduos de madeira, da produção de etanol (bagaço de cana, palhas e pontas da cana), entre outros. Os biocombustíveis também podem ser gasosos, como o biogás de aterro, tratamento de efluentes e resíduos rurais”, enumera.

Brasil do biocombustível
Quando fala-se em biocombustível, a liderança do Brasil em relação à produção de etanol é incontestável. “Deve-se destacar o fato de que o etanol produzido no Brasil a partir da cana-de-açúcar é significativamente mais barato e ecológico que o etanol produzido nos Estados Unidos a partir do milho”, explica o engenheiro químico. “Por outro lado, o programa de etanol brasileiro ainda enfrenta alguns desafios no que diz respeito às condições de trabalho dos colhedores de cana-de-açúcar e a uma elevada concentração da produção nas regiões Sul e Sudeste do país. Neste último caso, verifica-se que em determinados locais das regiões norte e nordeste não são viáveis utilizar o etanol como combustível devido aos custos de transporte dos centros produtores para o local de uso”, completa.

Quanto ao biodiesel, verifica-se que o Brasil diferencia-se dos outros países do mundo por ser extremamente rico em espécies vegetais para produção de óleo e gordura para a sua produção. “Enquanto na Europa o biodiesel é produzido a partir de somente uma fonte de biomassa renovável que é a colza, no Brasil têm-se quase duas centenas de espécies potenciais para produção de óleo ou gordura vegetal”, quantifica o engenheiro químico. “Dentre estas espécies destacam-se a soja, a mamona, o girassol, o dendê e, somente na Amazônia, mais de 140 espécies nativas produtoras de óleo”. Entretanto, atualmente, boa parte da produção de biodiesel no Brasil é oriunda do óleo de soja, pois somente ela tem uma escala de produção adequada para a demanda brasileira atual, que chegará a 800 milhões de litros de biodiesel em 2008.

Apesar da boa fase brasileira, a implantação do biocombustível apresenta prós e contras.

Biocombustível: bonzinho ou vilão?

Apesar da boa fase brasileira, a implantação desse tipo de energia é questionada

Os biocombustíveis surgem para substituir os combustíveis de origem fóssil na geração de energia. No entanto, a sua implantação é questionada por especialistas.

O físico José Goldemberg, que também é professor da Universidade de São Paulo (USP), acredita que as vantagens ambientais dos biocombustíveis incluem a menor emissão de poluentes locais e globais (emissões de gases efeito estufa). “As vantagens econômicas são relativas, dependendo do tipo de biocombustíveis. O etanol de cana-de-açúcar, produzido no Brasil, por exemplo, tem vantagens econômicas em relação à gasolina, por apresentar menos preço final ao consumidor. No caso dos outros tipos de etanol não há vantagens econômicas e os países em questão despendem elevados subsídios para garantir a sua competitividade econômica. O biodiesel, em termos econômicos, depende do tipo de óleo utilizado”, analisa o físico.

O coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil Ricardo Baitelo destaca outros pontos discordantes a implantação dos biocombustíveis. “O desmatamento indireto provocado pelo avanço das plantações de cana no Sudeste e Centro-Oeste, empurrando a pecuária e o cultivo de soja em direção à Amazônia; as más condições de trabalho dos bóias-frias, levando à exaustão e a uma série de prejuízos de saúde; a ameaça à segurança alimentar com a redução das áreas destinadas ao plantio de alimentos básicos e seu conseqüente aumento de preço no mercado; desapropriação de pequenos agricultores para o cultivo intensivo de soja e cana e pressão sobre centros urbanos que recebem o excedente de agricultores e bóias-frias”.

O economista Paulo Morceli, que também é superintendente de Gestão da Oferta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), garante que existem mais prós do que contras quando o assunto é biocombustível. “Qualquer que seja o biocombustível analisado (etanol ou biodiesel) traz grandes vantagens ambientais. Por exemplo, com o método de colheita atual (queima), cada tonelada de cana-de-açúcar produzida tem um seqüestro positivo de 170 quilos de gás carbônico, ou seja, a fotossíntese realizada por cada tonelada de cana, após sua produção (com a aplicação de fertilizantes, a queima da palha para a colheita, o uso de máquinas para todo o processo de produção e de industrialização, o uso do álcool nos carros), retira adicionalmente mais 170 quilos de gás carbônico”, exemplifica.

Segundo o economista, o uso de biocombustíveis aumenta a demanda por produtos da agricultura, setor em que o Brasil tem grandes vantagens em relação a boa parte dos países mundiais. “De modo que o produtor brasileiro e, em decorrência, toda sociedade brasileira, pode aumentar seus ganhos, melhorando a qualidade de vida da população”, ressalta. “Não podemos nos esquecer que se um grande usineiro passa a ter mais lucro, ele precisa contratar mão-de-obra para o seu empreendimento e com isso dará emprego e renda à população brasileira”. Ele garante que todos, tanto o usineiro quanto os empregados, vão fazer compras no país, aumentando a demanda por outros bens da economia. “Ou seja, isso gera o que se chama de circo virtuoso na economia com ganhos em geral, inclusive para o governo, que aumenta sua arrecadação e pode aplicar mais nos programas sociais de educação, saúde, de assistência”.

O economista também ressalta a utilização de terras já desmatadas. “O Brasil tem cerca de 90 milhões de hectares de terras que já foram desmatadas, que estão sendo utilizadas com pastagens degradadas. Além disso, nossa lotação média em termos de cabeças de gado por hectare é de menos de um animal, o que é muito baixo. Se melhorar esta lotação em 20%, que é insignificante, teremos a liberação de mais 40 milhões de hectares, sendo que hoje os biocombustíveis não usam mais do que 10 milhões de hectares de área (considerando todos os biocombustíveis), ou seja, podemos quadruplicar nossa produção sem afetar qualquer outro aspecto - não vai faltar alimentos e não vamos desmatar - vamos apenas melhorar a lotação de animais nos pastos”, detalha.

Apesar dos prós, o economista não descarta os contras. “Temos que ter um zoneamento: não podemos permitir, por exemplo, a instalação de usinas de etanol na região do Pantanal e em boa parte da Amazônia. A questão do desmatamento precisa ser muito bem tratada, pois o Brasil tem muita área que pode ser utilizada antes de desmatar a Amazônia. Portanto, a questão do uso da terra para isso é muito importante”, explica. “No caso do biodiesel na Amazônia, temos que analisar com atenção outras alternativas, como é o caso do dendê ou babaçu, que podem ser utilizados sem fazer grandes estragos na floresta”. “De tudo, o grande cuidado que se tem é não agredir o meio ambiente, principalmente no que diz respeito às florestas tropicais”, finaliza.

Altos e baixos


Transtorno bipolar atinge cerca de 10% da população e pode afetar a vida como um todo

Por Thaís Bronzo

Bipolaridade é um transtorno cerebral que causa mudanças no humor, com oscilações entre excessivamente “alto” (euforia e irritação) à tristeza e desespero, com períodos de estabilidade entre eles. Ao contrário dos “altos e baixos” pelos quais todos nós passamos, os sintomas do transtorno bipolar podem causar danos à vida do indivíduo.

“Às vezes a pessoa não percebe que seu comportamento está alterado. Na mania ou euforia, há aumento da energia, exaltação do humor e até irritação sem causa que justifique. Os comportamentos se alteram, a pessoa pode trabalhar demais ou comprar demais, falar excessivamente alto, atribuindo a alteração a algum fator do momento ou da situação. Sua capacidade de julgamento e de avaliar as situações e seu senso crítico estão prejudicadas e isto pode lhe causar graves constrangimentos”, ressalta a psicóloga e psicoterapeuta Sandra Colaiori.

De acordo com a psiquiatra Luísa Weber Bisol, a bipolaridade atinge cerca de 10% da população e mais de 70% têm algum outro transtorno psiquiátrico associado, como ansiedade, alcoolismo, distúrbios alimentares.

Assim como outras doenças mentais, o diagnóstico do transtorno bipolar é feito por meio de entrevista clínica. “Então ele é feito com base no histórico familiar, nos temperamentos pessoais. Não há exames que ajudem no diagnóstico”, explica a psiquiatra.

“Os transtornos de humor constituem-se uma condição humana e que não dispõe de definição genética. Mas existem fatores que irão determinar as transformações do estado afetivo”, relata a psicóloga. “Fatores como excitabilidade, hipersensibilidade psíquica, os fenômenos de despersonalização, alegria em excesso com fuga das idéias que acaba por levar à confusão maníaca. Isto somado às características pessoais e genéticas, aos hábitos e formas familiares de se relacionar e resolver os seus problemas, hábitos de fases anteriores da vida, dará um caráter todo individual àquele quadro naquela pessoa”.

O tratamento da bipolaridade é medicamentoso e psicoterápico. “Ocorre uma combinação de abordagens, como a psicoeducação, para conhecer o próprio temperamento, o seu padrão de humor e a bipolaridade; a psicoterapia; bons hábitos de vida; e tratamento farmacológico com estabilizadores de humor”, relata a psiquiatra.

Existem estabilizadores de humor que não são medicamentosos. “Dormir de sete a nove horas por dia. Praticar exercício físico, principalmente aeróbico. Ter boas relações afetivas, um bom grupo social, ter um confidente. Artes, hobbies, esportes, meditação, ter um animal de estimação. Ter uma alimentação saudável, principalmente ingerir ômega 3. Fazer o que gosta. Ter fé e espiritualidade”, enumera a psiquiatra.

A psicóloga lembra que são necessários persistência no tratamento e, principalmente, não abandoná-lo nas fases intermediárias. “Acho que este é o maior risco, pois os sintomas vão voltando, às vezes, bem devagarinho, sem serem percebidos, e, quando vai ver, o paciente já entrou em novo surto. É preciso evitar que os surtos se sucedam, ampliar os períodos onde o paciente permanece sem sintomas”, afirma.

“Evitar o transtorno, este, como qualquer outro é: respeitar e aceitar a si mesmo; respeitar ao outro; e agir reverenciando este respeito a si e ao outro, ou seja, ser amoroso no trato com cada ser humano”, finaliza a psicóloga.

Limão faz bem para corpo e mente


Por Thaís Bronzo

A fruta, que chegou às Américas no século 16 com os primeiros colonizadores portugueses e espanhóis, hoje é facilmente encontrada no Brasil durante o ano todo.

A química Conceição Trucom, autora do livro “O poder de cura do limão”, garante que a ingestão da fruta é indicada para pessoas de todas as idades. “O limão é a fruta de toda a natureza que mais acumula energia do sol durante o tempo em que está amadurecendo. Ou seja, quando ingerimos o suco do limão, estamos colocando uma boa quantidade de energia solar para dentro de nós”, explica. “Isso vai trazer para a nossa vida mais alegria, mais clareza, mais lucidez, memória, capacidade de concentração”.

Conceição também ressalta as propriedades cítricas do limão. “Quando entra no nosso organismo, ele se transforma em alguns sais que são muito importantes para a nossa saúde. Esses sais vão ajudar o nosso corpo a assimilar ferro, cálcio, magnésio”, define. “Minerais que a partir de uma certa idade precisamos tanto, mas a nossa alimentação ou é carente ou não fazemos uso de alimentos que ajudam a assimilar esses minerais”. De acordo com a química, se uma pessoa está com osteoporose ou anemia, por exemplo, não basta ingerir alimentos ricos em cálcio e ferro se não há um agente que auxilie na fixação desses minerais em nosso organismo.

De acordo com Conceição, ao entrar em nosso organismo, o limão provoca uma alcalinização. “Que é supersaudável para a harmonia metabólica, para a limpeza do nosso organismo, de tudo que está em excesso, de tudo que está prejudicando a nossa alegria de viver e a nossa qualidade de criatividade, produtividade e assim por diante”, conclui.

Juros: entender para lucrar


Por Thaís Bronzo

Juros é aquilo que pagamos quando tomamos crédito, pedimos dinheiro emprestado, ou a quantia que recebemos quando investimos, quando deixamos o nosso dinheiro aplicado.

De acordo com a consultora financeira Elaine Toledo, os juros que mais conhecemos são os dos créditos que tomamos emprestados. “Na verdade, nós pagamos esses juros por não termos a paciência de esperar para concretizar uma compra no futuro. Queremos hoje, queremos já e por isso pagamos juros”, explica.

“Por exemplo, se você deixar R$1.000,00 aplicados num investimento que paga 1% ao mês, acima da inflação, esse investimento, daqui seis anos, vai lhe proporcionar o dobro do seu capital”, exemplifica. “Se você contrair uma dívida com juros de 9% ao mês e não conseguir pagar essa dívida, em apenas oito meses a sua dívida dobra”.

O crédito deve ser usado com consciência. É preciso perceber quando realmente há necessidade de usar esse crédito. “Sugiro que não se use crédito para comprar eletroeletrônicos, móveis, coisas que a gente pode juntar o dinheiro para depois comprar. Ou então pegar esse crédito para favorecer familiares”, aconselha Elaine. “Sugiro que você experimente mudar de lado. Ao invés de ser um tomador de crédito, que você seja um investidor. Você vai ver o seu dinheiro multiplicar, a sua capacidade de aquisição muito maior, porque você vai poder comprar à vista, vai poder negociar e obter melhores preços”.

“Viver sem dívidas é bom e tenho certeza que a sua vida vai ficar melhor”, finaliza Elaine.

De olho na sua visão


Miopia, astigmatismo e hipermetropia são três dos problemas mais comuns para enxergar

Por Thaís Bronzo


A luz do sol, o colorido dos pássaros, giz de cera, lápis de cor e até mesmo as letras e as palavras aqui escritas. Reconhecemos estes e outros objetos sem precisar tocá-los, tudo porque enxergamos.

Mas, às vezes, o mecanismo que faz com que os olhos vejam o mundo a nossa volta pode ter alguns probleminhas. Como é o caso da engenheira química Vanessa de Oliveira Pereira, de 25 anos, que, aos sete, começou a sentir fortes dores de cabeça, principalmente quando lia. “Eu não sentia dificuldade de ler, mas sentia muita dor de cabeça, porque não conseguia perceber que forçava a visão para enxergar. O oftalmologista diagnosticou miopia e astigmatismo, inclusive o último era bem alto já naquela época”, relembra ela.

De acordo com o oftalmologista Adamo Lui Netto, que também é professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a miopia existe quando a pessoa, ao focalizar um objeto, o faz na frente da retina. “Neste caso, dependendo do grau da miopia, o indivíduo terá uma visão borrada para longe que será tanto mais borrada quanto maior for o grau da miopia. Entretanto, esse indivíduo terá uma qualidade de visão boa para perto. Aqui não podemos considerar nesse conceito as altas miopias, isto é, superiores a sete graus”, afirma.

“No astigmatismo, os raios luminosos que passam pelos meios transparentes do olho não podem ser focados no mesmo ponto da retina. A imagem retiniana será distorcida e, dependendo do grau, dará uma imagem ruim para longe e para perto”, esclarece o oftalmologista.

Outro problema comum na visão é a hipermetropia. “Neste caso, os raios luminosos que penetram no olho formam a imagem atrás da retina e, dependendo da idade da pessoa, poderá ter a visão borrada para perto e para longe. Acima dos 40 anos de idade deverá usar óculos para longe e para perto”, completa o especialista.

Os tratamentos de miopia, hipermetropia e astigmatismo devem ser realizados de forma conservadora. “Inicialmente tratamos com correção óptica que deve ser realizada com a prescrição adequada de óculos. Após certa idade e dependendo da necessidade de correção pode-se prescrever e adaptar lentes de contato. A partir dos 21 anos de idade, pode-se fazer a correção óptica por meio de cirurgia refrativa, desde que o olho comporte a correção desejada e o grau esteja estabilizado há mais de um ano”, conclui o oftalmologista.

Mitos e verdades sobre os olhos

Especialista dá dicas para ter uma boa visão

Quem nunca ouviu: ficar muito tempo em frente ao computador estraga a vista; leitura em locais escuros ou em ônibus e metrôs podem trazer problemas; o uso de óculos pode prejudicar os olhos?

Essas e outras crenças são comuns quando o tema é visão. No entanto, o oftalmologista Paulo Augusto de Arruda Mello, que também é professor de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que existem mitos e verdades sobre os nossos olhos. Ele enumera alguns:

-Criança que tem lacrimejamento não é perigoso: isso é mito. Os olhos não lacrimejam, isso pode ser sinal de obstrução das vias lacrimais ou, pior, pode ser sinal de glaucoma congênito, que precisa ser tratado imediatamente.

-Secreção dos olhos da criança, principalmente no segundo dia de nascimento, não é normal. Deve-se procurar um oftalmologista. E é mito que pingar leite materno no olho melhora, isso pode até prejudicar.

-Estrabismo na criança precisa ser tratado precocemente, não pode esperar a criança entrar na escola ou deixar para mais tarde. A visão que não foi desenvolvida na infância não será desenvolvida na adolescência.

-‘Meu filho só enxerga de um olho, por isso não deixo ler o dia inteiro, para não forçar a vista’: é mito. Isso não força o olho pelo qual ele enxerga.

-O uso de óculos só serve para enxergar melhor ou para realizar alguma atividade, não aumenta nem diminui o grau. Só é imperativo o uso de óculos no tratamento de estrabismo e com graus muito diferentes entre os olhos.

-Dizer que usar o computador prejudica os olhos é mito. O uso excessivo pode, sim, cansar. O computador provoca um fascínio nas pessoas, então ela fica muito tempo na frente. O ideal é usar de 50 minutos a uma hora e descansar dez minutos. Se a pessoa tiver um grau muito pequeno, imperceptível, usando o computador intensamente, ela pode sentir cansaço. Por isso é necessário usar os óculos em frente ao computador.

-Contrastes cansam mais. Então ler um texto escrito em papel branco com um fundo claro cansa menos que com um fundo escuro. Assim como ver televisão com a luz acessa cansa menos que com a luz apagada.

-Quando fazemos uma leitura intensa, diminuímos a freqüência em que piscamos, por isso o olho pode ficar seco, mas não prejudica a vista.

-A leitura no escuro, em carros, metrô, ônibus, não prejudica em nada a vista. O que ocorre é que algumas pessoas têm labirintite e sentem-se mal lendo em movimento.

-Presbiopia (não conseguir enxergar com nitidez objetos próximos) ocorre com o envelhecimento, começando geralmente aos 40 anos, não surge por causa do uso de óculos. Óculos não viciam, são apenas próteses para enxergar melhor.

E para quem quer ter uma boa visão, o oftalmologista dá algumas dicas:

-Todos os cuidados com a saúde são importantes, pois os olhos fazem parte do organismo e qualquer problema pode afetar a vista.

-Nunca colocar as mãos sujas nos olhos, pois a maioria das conjuntivites, por exemplo, vem do próprio paciente.

-Qualquer anomalia nos olhos, procure um oftalmologista.

As férias chegaram: e agora?


É hora de fazer tudo o que não deu tempo de realizar durante o ano

Por Thaís Bronzo


As férias chegaram e com ela o sentimento de liberdade, de fazer tudo o que não foi possível realizar durante o ano. Momento de dar um tempo no trabalho e nos estudos e aproveitar todas as horas do dia, que é inteirinho para você!

“Férias é o momento de relaxar, desestressar de tudo, do que estudou e trabalhou durante o ano. É todo aquele momento para si, que você não tem quando está trabalhando. É um período para curtir. Sempre que posso, vou a praia, viajo, saio com os amigos. Tudo o que eu não faço durante o ano, faço nas férias”, avalia a estudante Carolina dos Santos, de 21 anos.

“Quando tenho férias, eu descanso, durmo bastante, faço coisas que não consigo fazer quando estou trabalhando e estudando, como ir ao shopping, assistir a filmes. Só de ficar em casa, sem se preocupar com chefe e trabalho, já valem as férias”, diz, rindo, o editor de vídeo Jean Marques, de 27 anos.

“Férias é tempo para refletir sobre tudo o que passou e o que virá no próximo ano. Quando não viajo, costumo fazer as coisas que não dá tempo no dia-a-dia, como praticar esportes, dormir, descansar”, enumera o estudante Renato de Souza Bueno, de 19 anos.

Antes de ser um direito, as férias devem ser encaradas principalmente como uma oportunidade do trabalhador ou estudante autogratificar-se pelo ano intenso de atividades. “Uma oportunidade para colocar em dia os preceitos básicos da qualidade de vida e da felicidade, geralmente comprometidos pela jornada de trabalho: atenção à família, atenção a si próprio, repouso, lazer, reflexão”, explica o psicólogo Floriano Serra, que também é diretor de recursos humanos e qualidade de vida de uma empresa farmacêutica.

“As férias permitem que os alunos tenham um período maior para diversões em que possam se descontrair, ficar mais com a família, com os amigos e dedicar-se a outras atividades sociais. Também permitem mais tempo para a reflexão e, conseqüentemente, amadurecimento”, garante a professora Maria Rita Moino, que também é assistente de direção de um colégio de São Paulo.

“Sem as responsabilidades e pressões diárias do trabalho, o indivíduo relaxa a mente e conseqüentemente o corpo. Recupera sua auto-estima, sua afetividade e sua alegria de viver. De férias, é como se ele se transformasse em ‘outra pessoa’ – geralmente mais simpática que a ‘outra’”, completa Serra.

Além dos nossos desejos, as férias são ótimas para atender aos nossos requisitos biológicos. “Ou seja, dormir de acordo com o que o organismo exige, segundo sua necessidade biológica, que varia de pessoa para pessoa”, explica o biomédico Edson Delattre, que também é professor pesquisador do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas (Unicamp). “O período de sono é requisito essencial para a saúde, bem-estar e produtividade do indivíduo. Há pessoas que se contentam com cinco horas e meia de sono por noite (pequenos dormidores), enquanto outras têm a necessidade biológica de nove horas e meia (grandes dormidores), que normalmente só pode ser atendido nas férias”.

Mas, para não voltar ao batente mais cansado e estressado do que quando saiu de férias, não é preciso muito, apenas planejamento: o que eu quero fazer nestas férias?

“As férias podem ser aproveitadas de diversas formas: viajar com a família e os amigos, passear em parques, visitar museus, conversar com os colegas, ler bons livros, ouvir boas músicas, assistir a filmes ou a espetáculos, enfim, atividades que dependem ou não de condições financeiras, mas, principalmente de nosso empenho para que aconteçam. E, na maioria das vezes, são as atividades mais simples as mais prazerosas”, enumera a professora Sandra Aparecida de Souza Sarto.

“Antes de tudo, programe-as de forma compatível com seus ganhos. Não tem graça nenhuma a pessoa voltar de férias endividada e preocupada com novas contas a pagar. Também gozá-las com equilíbrio e bom senso. Algumas pessoas têm a tendência de cometer excessos durante as férias. É preciso lembrar que os valores morais, culturais e espirituais jamais tiram férias. Ou seja, também não tem graça nenhuma voltar das férias com a saúde abalada ou com arrependimentos por ter feito o que não deveria. Até alguns quilinhos a mais, tudo bem, afinal, ninguém é de ferro”, finaliza Serra.

Viagem para a praia exige cuidados na alimentação


Nutricionista alerta para os perigos na hora de se alimentar a beira mar

Por Thaís Bronzo

É verão. Difícil resistir a um bom banho de mar e aos petiscos na areia da praia, não é mesmo?

“Quando eu vou à praia, como em quiosques, geralmente aqueles que têm pratos feitos. Gosto também de comer porção de anéis de lula. E só não como camarão frito porque tenho alergia. Eu escolho o quiosque com a melhor aparência e com bom atendimento”, diz a analista administrativo Suelen Silva, de 22 anos.

“Eu como muita fritura, camarão, bolo, muito sorvete. E como tudo isso nos quiosques da praia. Escolho os mais movimentados, porque, geralmente, são os melhores”, explica a assistente de produção Joice de Sousa, de 23 anos.

“Não costumo comer na praia, prefiro alimentar-me em casa, antes de sair. Na praia, eu tomo líquidos, principalmente sucos e água, picolé e açaí. Geralmente vou aos quiosques mais próximos de onde estou e verifico se não está sujo para, então, pedir algo”, fala a jornalista Luana Pereira, de 24 anos.

Às vezes, na hora que bate aquela fome, acabamos não prestando atenção onde e do que estamos nos alimentando. A nutricionista Roberta Stella explica que os alimentos devem estar bem acondicionados, caso contrário, podem sofrer deterioração. “Fazendo com que haja mudança na textura, cor, odor, sabor e, no pior caso, proliferação de bactérias e fungos que podem trazer mal-estar, como, por exemplo, diarréia e vômitos e, em casos mais graves, até a morte”, alerta.

A nutricionista aconselha verificar se os alimentos, principalmente as carnes, são conservados em freezer e se estão bem embalados, além de evitar alimentos pré-prontos. “As preparações devem ser feitas na hora. Evite também sanduíches com maionese e certifique-se que esta é industrializada e não caseira. Evite beliscar salgadinhos e biscoitos recheados, dê preferência para frutas, que são ótimas opções para serem consumidas na praia”, enumera. “Qualquer alimento suspeito deve ser descartado. Os maiores problemas estão na conservação dos peixes, camarões e mariscos. Evite os espetinhos de camarão e queijo vendidos por ambulantes. Prefira se alimentar em um quiosque ou restaurante com ambiente limpo e que os funcionários estejam adequadamente limpos, mãos e uniformes higienizados. Se possível, peça indicações de restaurantes e quiosques para pessoas que freqüentam a praia”, completa.

No caso das bebidas, principalmente dos sucos naturais, é preciso verificar se a fruta não está degradada. “Uma dica é verificar se elas não estão expostas ao sol. Note se elas estão acondicionadas em lugar fresco, de preferência, na geladeira. Em relação à água, verifique sempre se a embalagem não está violada”, assegura.

Para quem prefere levar os alimentos de casa, também é preciso atenção. “Utilize uma sacola ou bolsa térmica para evitar a exposição ao calor, fator que acelera a proliferação de microorganismos como bactérias, fungos e vírus”, conclui.

E para quem quer ter um dia saudável na praia, confira o cardápio preparado pela nutricionista.

Cardápio para dias de sol e calor na praia

Especialista dá dicas para um verão saudável

Quando estamos na praia, queremos esquecer tudo o que lembra a rotina de trabalho e estudo. E, geralmente, “esquecemos” também da nossa alimentação. De acordo com a nutricionista Roberta Stella, o ideal é estipular os horários para as refeições e, sempre que possível, evitar sair da rotina alimentar. “Dessa maneira, será mais fácil organizar a alimentação. As refeições que podem ser feitas são: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar”, enumera.

É importante evitar alimentos muitos gordurosos como frituras, molho branco, empanados, à parmegiana. “Uma alimentação rica em gorduras prejudica a digestão e causa mal-estar”, explica a nutricionista. “Evite qualquer tipo de excesso. Se possível, as bebidas alcoólicas devem ser evitadas, dê preferência à água mineral, água de coco e sucos naturais. Ingira alimentos ricos em água e de baixa quantidade calórica, como frutas, legumes e verduras. Beba, pelo menos, oito copos de água por dia”, completa.

Para fazer uma boa alimentação durante o dia a beira mar, a nutricionista preparou um cardápio especial para os leitores do Portal Padre Marcelo Rossi:

Café da Manhã
-1 copo de leite com café
-2 fatias de pão integral
-2 fatias de queijo branco
-1 pêra

Lanche da Manhã (praia)
-1 espiga de milho
-1 água de coco (evite a polpa do coco, pois é rica em gorduras e calorias)

Almoço
-3 colheres (sopa) de legumes cozidos
-1 posta (100 g) de peixe cozido ou assado
-4 colheres (sopa) de arroz
-1 copo de suco de fruta natural
-1 taça de salada de fruta

Lanche da tarde
-1 unidade de picolé de frutas

Jantar
-1 fatia de pizza (evite as pizzas que apresentam recheio rico em gorduras como, por exemplo, quatro queijos ou que contêm requeijão cremoso)
-1 copo de suco natural

Boa alimentação e um ótimo dia na praia!

Atenção! Sua pele pede cuidado


Nesta época do ano, a exposição ao sol é maior e os problemas de pele, como o câncer, podem aparecer

Por Thaís Bronzo

A pele é o maior órgão do corpo humano, correspondendo a 15% do peso corporal. É um órgão que delimita e reveste o organismo, protegendo-o e servindo de ligação com o meio externo. “É constituído de três camadas: a epiderme, externa, de revestimento; a derme, intermediária, que dá resistência; e a hipoderme, ou subcutâneo, camada de gordura que dá o ‘acolchoamento’ do órgão. Estas três camadas constituem um órgão dinâmico, elástico, protetor, que se renova constantemente, que é bastante impermeável, funcionando na regulagem da temperatura corporal, na homeostasia e na regulagem e excreção de toxinas”, explica o dermatologista Lucio Bakos, chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Além disto, tem função sensorial, de defesa contra as agressões físicas, químicas, biológicas, metabólicas, imunológicas. A pele interage com órgãos internos e muitas doenças internas se manifestam primeiramente na pele”.

“Desde jovem, eu não tenho costume de tomar sol, pois tenho a pele muito clara. Por conta disso também, não tinha o costume de utilizar protetor solar”, lembra a aposentada Vilma Marini Divetta, de 79 anos.

“Antigamente não se falava em doenças de pele. Isso é um assunto relativamente novo. Eu costumo caminhar bastante durante o dia, quase sempre sem proteção”, afirma o aposentado Geraldo Divetta, de 82 anos, marido de Vilma.

A falta de cuidados com a pele pode causar danos terríveis, como o câncer. “Normalmente, todas as células dos tecidos do organismo se dividem e se reproduzem de maneira ordeira e uniforme, para que se possa crescer, repor tecidos desgastados e cicatrizar lesões. Por vezes, as células fogem do controle, dividindo-se mais rápido e em maior número que deveriam e formam massas conhecidas por tumores. Os tumores malignos são aqueles que não somente invadem ou destroem tecidos normais do corpo, mas também podem se instalar em locais longe do foco inicial, continuando sua agressão - as metástases”, detalha Bakos, que também é coordenador da Campanha de Prevenção ao Câncer da Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

De acordo com o dermatologista, os cânceres de pele podem ser:
-Os carcinomas, originados da epiderme, são cânceres epiteliais, das células de revestimento da pele. Existem dois tipos de carcinomas: o basocelular e o epidermóide;
-Os melanomas, originados das células produtoras de melanina - os melanócitos; e
-Os sarcomas e linfomas, originados da derme e da gordura, assim como dos vasos sanguíneos, dos glóbulos brancos na pele e dos nervos. São muito raros e não relacionados com o sol, por serem mais profundos em sua origem.

Os tipos mais freqüentes são o carcinoma basocelular, o carcinoma epidermóide e os melanomas. “Carcinoma basocelular (o tipo mais comum de câncer de pele, cerca de 75% do total) se apresenta como uma ferida que não sara, geralmente originada em um carocinho translúcido, mais freqüentemente na face. Tem crescimento lento, sendo o de mais fácil cura. Não costuma dar metástases”, detalha o dermatologista. “Carcinoma epidermóide (20% de todos os cânceres de pele) se apresenta como uma verruga endurecida, por vezes com uma ulceração na superfície, comum na face, lábio inferior e dorso de mãos. As metástases podem ocorrer, principalmente para linfonodos ínguas regionais”, diz.

“Melanomas, embora menos freqüentes que os outros cânceres, são extremamente mais perigosos. Podem se instalar em sinais pré-existentes ou aparecer em pele normal”, alerta. “Nas campanhas de esclarecimento utilizamos um lembrete para alertar sobre melanomas, ensinando o ‘ABCD’: A - Assimetria da mancha (passando uma linha no meio, um lado diferente do outro); B - Bordas irregulares (geralmente um sinal benigno é arredondado ou oval, não irregular); C - Cores variadas (preto, marrom, castanho e róseo na mesma mancha); D - Diâmetro acima de seis milímetros (a grossura de um lápis e em crescimento). Alguns acrescentam E - Elevação (caroço preto em crescimento)”, ensina.

“Apareceu uma bolinha perto do nariz. Fui ao dermatologista, que suspeitou de câncer de pele. Ele tirou um pedaço para fazer biópsia e constatou que era câncer”, lembra Vilma.

“O meu caso também era uma bolinha no rosto. Eu achei que não fosse nada, mas quando fui ao médico, já era câncer”, completa Divetta.

“O número geral de cânceres de pele tem aumentado significativamente nas últimas décadas. Considerando o melanoma, o mais agressivo dos cânceres de pele, sua incidência aumentou, em alguns estados da Região Sul do Brasil, de três para 12 por 100 mil habitantes”, contabiliza o dermatologista. Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de casos novos de câncer de pele não melanoma estimados para o Brasil em 2008 é de 55.890 entre homens e de 59.120 nas mulheres.

O dermatologista explica que a pessoa pode ter alguns fatores predisponentes para ter câncer de pele: pele clara (o câncer de pele é mais raro nos negros e asiáticos); predisposição familiar, em certos casos (melanomas); doenças cutâneas predisponentes (albinismo, xeroderma pigmentoso, nervos displásicos); exposição excessiva ao sol e a outros cancerígenos (raios x, alcatrões). “Havendo a junção destes fatores, o risco de câncer de pele é bem maior do que na população em geral. Os carcinomas são mais encontrados em pessoas de pele clara em contato crônico com o sol, principalmente em populações rurais, como os lavradores, pescadores. Já o melanoma é mais encontrado em indivíduos urbanos, que tiveram muitas queimaduras solares na infância e adolescência, principalmente durante o lazer”, alerta.

Se você abusou e corre o risco de ter câncer de pele: atenção! O diagnóstico precoce é importantíssimo, pois nele estão as maiores chances de cura. “Quanto mais no começo, tanto mais certa é a cura, quando ainda o tumor não teve a possibilidade de se espalhar”, garante o dermatologista. “O diagnóstico é feito pela suspeita clínica e a confirmação através de uma biópsia do tumor. De preferência, nos melanomas é feita uma remoção total da lesão, não somente de um pedaço, como nos outros cânceres da pele”.

E para quem já foi diagnosticado com câncer, acalme-se, a doença tem tratamento. “A cirurgia é fácil na medida que diagnostica precocemente. Retira o tumor com margem de segurança, para que ele não volte. Quando é recente, bastam alguns pontos e pronto. Quando diagnosticada mais tardiamente, pode dificultar um pouco mais. Pois pode gerar mutilações e até exigir uma cirurgia plástica”, explica o cirurgião cancerologista Ricardo César Pinto Antunes, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Melhor prevenir do que remediar

Especialista dá dicas para evitar o câncer de pele

A causa mais importante de câncer de pele é a superexposição à luz solar, inclusive as lâmpadas de bronzeamento artificial. De acordo com o dermatologista Lucio Bakos, que também é coordenador da Campanha de Prevenção ao Câncer da Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, indivíduos de pele clara, especialmente os de cabelos loiros ou ruivos, possuem mais probabilidade de ter câncer de pele. “Isto porque possuem pouca melanina‚ o pigmento que protege a pele contra a queimadura solar. Quanto mais escura a pele, mais melanina possui”, explica. Os negros, que possuem a maior quantidade de melanina, têm as menores chances de ter câncer de pele e, quando o fazem, este se apresenta nas áreas onde a melanina é mais escassa, como, por exemplo, palmas das mãos e plantas dos pés.

O sol é o cancerígeno mais importante para a pele clara das últimas décadas, pois é o único que permaneceu e até aumentou sua ação e seu uso, apesar do aumento dos conhecimentos científicos. “Trabalhos científicos correlacionam o sol com o câncer de pele de duas maneiras: o dano cumulativo, ou seja, mesmo o sol ocupacional (lavradores, pescadores, marinheiros -incluindo velejadores freqüentes -, trabalhadores da construção) ou um pouco de sol no mesmo local, a longo prazo, em pessoa suscetível, pode desencadear um carcinoma, que é o câncer de células de revestimento”, ressalta. Por isso que cerca de 80% dos carcinomas de pele são de face. “Por outro lado, existe uma nítida correlação entre número de queimaduras solares e de sol de lazer com os melanomas de pele, que incidem principalmente em áreas normalmente cobertas e em pessoas jovens que normalmente não tem contato freqüente com o sol e que querem ‘bronzear’ apanhando muitas horas de sol em um fim-de-semana”.

Além disto, 80% do sol cancerígeno e que enruga é absorvido antes dos 25 anos de idade! Desta forma, temos que reduzir o número de horas de exposição ao sol em nossa vida, principalmente na infância e adolescência. O dermatologista recomenda três coisas para que a pele não se complique com a idade:
-Nunca deixar a pele ficar vermelha com o sol, desde a infância. Usar roupas protetoras, filtros solares, guarda-sóis, chapéus, sombra de árvores, tetos, enfim, bom senso e procurar tudo que reduza o número de horas de UVB (raio ultravioleta de onda curta - que queima e é cancerígeno - mais forte das 10h às 15h);
-Não bronzear em excesso (quanto mais escuro o bronzeado, mais UVA foi absorvido - raio ultravioleta de onda longa, presente todo o dia, pois não é filtrado pelo ozônio, que pode desencadear melanomas e rugas); e
-Auto-exame da pele, a cada dois meses. Notou alguma lesão suspeita, procure um médico. Sempre chegará mais precocemente a um diagnóstico e a uma solução do problema.

Fim das doenças?


Análise sanguínea pode ajudar a prevenir e até curar enfermidades

Por Thaís Bronzo

O constante avanço da medicina faz com que vivamos cada vez mais e melhor. Doenças que arrasavam cidades, estados e até países, hoje são facilmente prevenidas com vacinas ou curadas com antídotos. E na busca por nos tornarmos imunes, foi descoberta uma nova forma de análise sanguínea que também examina as características ambientais que envolvem o paciente e suas possíveis influências no surgimento de patologias.

Em entrevista ao Portal Padre Marcelo Rossi, o especialista em medicina integrativa Alexandre Castelo Branco de Luca
, explica como os exames HLB e Campo Escuro pode ajudar na prevenção e até mesmo na cura de doenças.

Portal Padre Marcelo Rossi – O que são os exames HLB e Campo Escuro?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
São exames realizados de microscopia na qual tem a finalidade de análise do sangue do ponto de vista funcional, ou seja, HLB é um exame de sangue da gota coagulada na qual podemos avaliar 40 tipos diferentes de morfologia correlacionada com várias patologias: radical livre, vitamina C, disbiose ou processos inflamatórios intestinal, metal tóxico, alteração hormonal, parasita, toxicidade, alteração de tireóide. Campo escuro é um exame de microscopia do sangue na qual avaliamos a morfologia sanguínea de alta resolução (43 tipos diferentes), ou seja, visualizamos ao vivo as células sanguíneas e suas alterações e correlacionamos com as patologias tais: disbiose ou processos inflamatórios intestinais, doença de Lyme, moxidação, anemia, parasita, alteração enzimática, alterações nutricionais como taurina, B12. Os dois exames juntos confirmam um ao outro.

Portal Padre Marcelo Rossi – Para que servem?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
Como estes exames têm uma abrangência sobre várias patologias, sabendo-se que são 83 tipos diferentes de morfologias correlacionados a 147 tipos diferentes de doenças, podemos ter uma visão mais ampla da doença e seu mecanismo no organismo do paciente, bem como, sendo um exame de análise funcional, podemos agir de forma preventiva, diagnóstica, terapêutica e de seguimento do paciente.

Portal Padre Marcelo Rossi – Para quem são indicados?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
Para todo o tipo de pacientes, desde a infância até a senilidade, sexo, raça ou classe social. Abrange a todos, sem discriminação.

Portal Padre Marcelo Rossi – Como são realizados?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
Podem ser feitos no momento da consulta, na qual é realizado através de punção - igual ao exame de glicemia. Punciona-se o dedo através de uma técnica especial e o exame é colhido em duas lâminas, uma para o HLB e a outra para o exame de campo escuro.

Portal Padre Marcelo Rossi – Como são analisados?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
Os exames são analisados na mesma hora que o paciente colhe o exame, pois tem a duração de uma hora aproximadamente. O paciente fica sentado na frente do examinador e é explicado item por item as alterações que estão ocorrendo.

Portal Padre Marcelo Rossi – Quais as providências que o paciente deve tomar após realizar esses exames?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
Depende de cada caso. O tipo de avaliação na qual realizo não se resume exatamente num exame de sangue, e sim numa avaliação global do paciente. Após a avaliação do paciente dentro deste contexto, com a realização não apenas deste exame, mas de um conjunto de exames, podemos delinear um conjunto de medidas terapêuticas para poder melhor orientar nosso paciente, mas também para obtermos o êxito de nossa terapia e a cura do paciente.

Portal Padre Marcelo Rossi – Quais doenças são possíveis evitar com esses exames? Como?
Alexandre Castelo Branco de Luca –
Existe uma gama de doenças na qual podemos prevenir, como hipertensão, estresse, doenças degenerativas, depressão, doenças cardiovasculares, diabetes, problemas digestivos. A prevenção é realizada através de protocolos de tratamento, que são os mais diversos possíveis.

Acidente com idosos requer atenção


Além das conseqüências físicas, as quedas provocam piora na qualidade de vida

Por Thaís Bronzo


Tropeçar. Cair. Machucar-se. E, no final, a recuperação. Os acidentes podem ocorrer com todos nós, em qualquer idade. No entanto, as conseqüências dessas quedas são mais sentidas conforme envelhecemos. De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), um terço dos atendimentos por lesões traumáticas nos hospitais do Brasil ocorre com pessoas acima de 60 anos.

Em entrevista ao Portal Padre Marcelo Rossi, a geriatra Daniela Simone Alves de Oliveira
explica como ocorrem os principais acidentes com idosos e dá dicas simples de como é possível evitá-los.

Portal Padre Marcelo Rossi – Como ocorrem os acidentes com idosos?
Daniela Simone Oliveira – A queda é o principal acidente que ocorre com os idosos e que muitas vezes traz, para eles, graves conseqüências, como traumatismos cranianos ou fraturas, além da piora da qualidade de vida, perda da autonomia e independência e isolamento social, já que o idoso começa a não sair mais de casa por medo de cair.

Portal Padre Marcelo Rossi – Quais as principais causas?
Daniela Simone Oliveira –
Com o envelhecimento, sofremos uma série de alterações fisiológicas como declínio visual, diminuição da força muscular, alteração do equilíbrio e sensibilidade, alterações na marcha e postura que, apesar de próprias para a idade, aumentam a chance de um indivíduo cair. Além disso, os idosos usam uma série de medicações, muitas vezes por conta própria, que podem aumentar o risco de queda, e apresentam várias doenças que pioram ainda mais esses riscos, como catarata, labirintite, hipertensão, diabetes e Parkinson.

Portal Padre Marcelo Rossi – Como é feito o tratamento e como ocorre a recuperação? Os acidentes podem resultar em outras doenças?
Daniela Simone Oliveira –
Com as quedas, podem ocorrer traumatismos cranianos graves, muitas vezes fatais ou levando os idosos a ficar com grandes seqüelas e fraturas, sendo o punho, o fêmur e as vértebras da coluna os locais mais comuns, principalmente se estiver associado à osteoporose. Nestes casos, geralmente, é necessário cirurgia, sendo a recuperação muitas vezes lenta e difícil. Em geral o idoso fica muito tempo acamado aumentando o risco de pneumonias e úlceras.

Portal Padre Marcelo Rossi – Como evitar esses acidentes?
Daniela Simone Oliveira –
Fazer um acompanhamento médico regular com um geriatra, avaliação oftalmológica anual, exames como densitometria óssea diminuem o risco de queda com fratura. Além de medidas simples que podem ser tomadas para evitar esses acidentes.

Evitar acidentes na terceira idade é fácil

Geriatra dá dicas que tranqüilizam idosos e familiares

Não é possível prever quando sofreremos uma queda ou um tropeção. Porém, precauções podem ser tomadas para evitá-los. A geriatra Daniela Simone Alves de Oliveira
dá algumas dicas que tranqüilizam idosos e familiares.

Em casa:
-Usar sapato adequado, com solado anti-derrapante, que fique bem preso aos pés;

-Retirar tapetes e móveis do caminho;

-Boa iluminação;

-Corrimões em escadas;

-Barras de apoio no banheiro;

-Evitar subir em escadas, bancos, lajes; e

-Evitar lavar chão, banheiro.

No dia-a-dia:
-Atividade física regular e exercícios como tai chi shuan aumentam a força muscular e equilíbrio e são essenciais na terceira idade;

-Tomar um pouco de sol e ingerir leite e derivados auxiliam na manutenção da massa óssea, sendo também muito importantes; e

-Usar óculos adequados e não ter vergonha de usar uma bengala como apoio ou pedir a ajuda de um filho ou amigo é também importantíssimo para que os idosos permaneçam mais tempo independentes e bem integrados na sociedade.

Guarda compartilhada: boa para todos


Projeto de lei transforma em regra o compartilhamento da guarda dos filhos em caso de separação dos pais

Por Thaís Bronzo


Separação, no dicionário, significa divisão, desunião, afastamento. Quando o casal resolve se separar, essa ruptura, às vezes, é drástica e sem possibilidade de amizade ou mesmo de convívio. O problema pode ganhar proporções maiores quando existem filhos na história. A separação pode transformá-los em ex-marido e ex-mulher, mas nunca em ex-pai e ex-mãe.

Quando os escritores Stella Florence, de 40 anos, e Eduardo Haak, de 36 anos, optaram pela separação, a felicidade da filha Olívia, de 6 anos, veio em primeiro lugar. “Nós não precisamos entrar na justiça para dividir a guarda da Olívia, fizemos isso naturalmente por continuarmos amigos. Foi uma decisão natural ela passar tanto tempo com o pai quanto com a mãe: ela é filha dos dois, afinal”, esclarece a mãe. “Papai e mamãe são basicamente o que sempre foram para ela. Com a diferença que ela sabe que papai e mamãe não são mais namorados”, lembra o pai.

O juiz de direito Luís Francisco Aguilar Cortez explica que, nos processos que chegam na vara de família, geralmente, os pais já tem um acordo de ajuste de guarda e o sistema de visita. “O juiz tem que arbitrar isso e uma das possibilidades é a guarda compartilhada”, diz.

A advogada especialista em direito de família Sandra Vilela ressalta que, apesar de não ser lei, hoje é possível encontrar juízes que fazem uma interpretação mais extensiva a atual legislação e já enxergam a possibilidade e necessidade de ser concedida uma guarda compartilhada. “Então, mesmo não existindo lei indicando expressamente a possibilidade da guarda compartilhada, ela está sendo utilizada a cada dia por mais casais”.

Pensando no bem-estar de crianças e adolescentes, foi criado na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que torna regra a guarda compartilhada. O projeto já foi aprovado no Senado e retornou, em 30 de outubro, à Câmara dos Deputados para análise final.
De acordo com o relator do projeto (PLC nº 58, de 2006, sendo, na origem, nº 6.350, de 2002), senador Demóstenes Torres (DEM-GO) o modelo de guarda adotado hoje restringe a convivência dos filhos com o pai ou a mãe, principalmente com o pai, já que normalmente a justiça fixa que a mãe tenha o filho sob sua guarda e regulamenta direito de visita ao pai. “A regra vigente diz que um dos pais poderá visitar o filho e não conviver com ele. Ora, há enorme diferença entre visitar e conviver. Um filho que se avista com o pai quinzenalmente dificilmente estreitará com ele laços de amizade, respeito e exemplo”, argumenta ele, que também é procurador de justiça. “Então, o objetivo principal do projeto é determinar que o pai e a mãe compartilhem a guarda dos filhos menores. Ficam em igualdade de condições no que diz respeito aos direitos e responsabilidades. Dividirão não só obrigações materiais, mas também aquelas atividades do dia-a-dia, como, por exemplo, levar e buscar o filho na escola”.

“A situação de fato de cada casal a lei não muda. O que talvez mude com a aprovação do projeto é a ênfase em pelo menos tentar esse compartilhamento”, sinaliza Cortez.

Não há impedimentos para a guarda compartilhada. “Ela somente não será aplicada pelo juiz, após o parecer do promotor de justiça, quando um dos pais não se mostrar capaz de dividir o encargo ou a situação apresenta particularidade insanável”, garante Torres.

“Os pais não precisam ser amigos, para dar certo a guarda compartilhada. Eles precisam conseguir ter um mínimo de diálogo, o que é possível de se obter diante de uma mediação, por exemplo”, diz Sandra.

Para o advogado Nelson Sussumu Shikicima, também deverão ser observados alguns requisitos para a aplicação da guarda compartilhada. “Tais como os pais separados residirem próximos, ambos quererem a guarda e embora seja fixado um lar para o filho menor, deverá haver alternância de lares, sem que haja prévia fixação e por período curtos, para não confundir com guarda alternada”, elenca. “Entendo que, ainda no Brasil será difícil ser aplicada com bastante intensidade, pois, normalmente os pais se separam com algumas mágoas e ressentimentos, e infelizmente acaba sobrando para os filhos”.

“O importante disso tudo é que os pais combinem com muita regularidade o que cada um vai fazer e quando, para não confundir a criança”, ressalta a psicóloga Rosa Maria Macedo, que também é terapeuta de família e casal e coordenadora do núcleo de família e comunidade da PUC-SP.

A opinião sobre a guarda compartilhada é unânime: todos saem ganhando - filhos, pais e mães. Segundo Rosa Maria, é importante que os pais mostrem que, mesmo com o término do relacionamento amoroso, eles estarão sempre ao lado dos filhos, por isso é importante a convivência tanto com o pai quanto com a mãe. “Para isso é preciso muita conversa com a criança e muito acordo entre os pais”, garante.

Esta modalidade de guarda também auxilia as mães, que, geralmente, ficam incumbidas de cuidar e educar os filhos. “Assim a mãe pode trabalhar, por exemplo, e se surgir um imprevisto, ela sabe que pode contar com o pai para ficar com a criança”, observa Rosa Maria. Além de auxiliar os pais, tornando-os mais participativos na vida dos filhos.

Os pais de Olívia vivem os benefícios da guarda compartilhada. “Os pais não ficam sobrecarregados com os cuidados que crianças exigem, nem privados de um contato mais amplo com elas. As crianças têm duas casas, passeiam duas vezes mais e costumam receber mais atenção dos pais individualmente do que se eles estivessem juntos – o tempo tem mais qualidade por não ser infinito”, afirma Stella. “A Olívia adora morar na casa do papai e na casa da mamãe. Sobretudo ela sente o bom entendimento que existe entre nós - que foi conquistado com o tempo. Sua rotina é a mesma nas duas casas: acordar, tomar o café, tomar banho, brincar, almoçar, ir para a escola, voltar, jantar, fazer a lição e sair com o papai ou a mamãe”.

Para Stella, um entrave à guarda compartilhada é a dificuldade de aceitar que o outro tem uma maneira diferente de ver as coisas. “Ele não vai cuidar das crianças exatamente como você cuida e isso não significa que a maneira dele é pior ou melhor: é apenas diferente. Os pais devem entrar num acordo para que os valores morais passados às crianças sejam os mesmos e que as exigências da escola sejam cumpridas da mesma forma: ir além disso é interferir no livre arbítrio do outro”.

Sandra chama atenção para um fato muito importante. “Além da nova legislação precisamos de uma mudança cultural. Ex-conjugue não é inimigo. Quando se têm filhos, o ex-conjugue deve permanecer como parceiro, em nome do bem-estar do filho”.

“Ser pai ou mãe é diferente de ser marido ou esposa: por pior marido que ele tenha sido, ele pode e deve ser um bom pai. Por pior esposa que ela tenha sido, ela pode e deve ser uma boa mãe. Os adultos precisam deixar as mágoas do ex-parceiro ou da ex-parceira de lado, no que se refere ao cuidado dos filhos, pelo bem deles. Privar uma criança um segundo que seja de ver seu pai ou sua mãe é um crime - até os maiores criminosos podem ser bons pais”, finaliza Stella.

Meio ambiente: cuidar está em nossas mãos


Educação ambiental transforma conceitos em atitudes para que todos saiam ganhando

Por Thaís Bronzo

Para você, leitor, o que significa meio ambiente? Vastos campos, com vegetações, cachoeiras, pássaros? Pois saiba que a definição de meio ambiente hoje é mais abrangente. De acordo com a técnica em educação ambiental do Departamento de Educação Ambiental Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Rachel Marmo Azzari, deve-se levar em conta tudo que envolve os seres vivos, portanto, as construções, as ruas, a tecnologia, as artes, a religião, a política. “A relação do homem com o meio ambiente é muito mais de cuidado do espaço onde está inserido, tomando ciência que cada ação que realizamos localmente tem efeito global, podendo contribuir tanto para o agravamento quanto para a melhoria da situação ambiental atual”, afirma.

O presidente da Comissão do Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção de São Paulo (OAB/SP), Carlos Sanseverino, lembra que o planeta tem recursos naturais que estão acabando, porque o ser humano consume mais do que a natureza é capaz de produzir para se manter. “O planeta está dando sinais de que precisa de cuidados e só há um caminho para reverter isso: cuidar da Terra”, alerta.

E uma das maneiras de ajudar o nosso planeta é colocar em prática a educação ambiental. A definição para isso é muito abrangente e dinâmica, mas, basicamente, trata-se de uma série de processos que levam à formação de cidadãos que entendem o ser humano como parte integrante da natureza e entendem a Terra em suas diversas interligações. “A partir disso, busca-se a mudança de atitudes, agindo conscientemente em prol da preservação e sustentabilidade dos recursos, com o objetivo de se obter a melhoria da qualidade de vida para todos, garantindo-a para as gerações futuras”, ressalta Rachel.

“A partir da visão de integração do homem com a natureza e do fato que somos diretamente afetados por todas as nossas ações, as pessoas passam a atribuir maior valor ao meio ambiente, partindo para uma mudança comportamental”, garante Rachel. Tudo o que exige mudança de comportamento, visando atitudes que melhorem o meio ambiente, é competência da educação ambiental. “Assim, a redução do volume de resíduos através da coleta seletiva para reciclagem, o uso racional da água e o consumo sustentável, por exemplo, são novas formas de agir com relação a recursos naturais que muitas vezes não prestamos atenção que estamos usando indiscriminadamente e desperdiçando”.

Como diz o ditado: educação vem de berço. Assim, os pais devem servir de exemplo para seus filhos. “Para tanto, devem agir de acordo com a nova consciência ambiental. Por exemplo: se pedem aos filhos para diminuírem o tempo do banho para economizar água e energia - ambos recursos naturais - devem também tomar banhos rápidos, para darem credibilidade a essa atitude. Da mesma forma, dizer aos filhos que é importante usar bem a água, mas lavam o carro ou a calçada com a mangueira, desperdiçando água potável e tratada, é um comportamento que não condiz com uma postura de interesse em preservar para os filhos um ambiente com boas condições de sobrevivência”, explica Rachel. “As pessoas tem que saber que um litro de óleo jogado na pia contamina um milhão de litros de água. Além disso, optar por materiais biodegradáveis e não por plástico, que demora muito para se decompor, usar bicicletas ao invés de automóveis, incentivar as crianças a plantarem”, enumera Sanseverino.

E como educação tem tudo a ver com escola, as instituições de ensino também têm um papel importante para o meio ambiente, ao abordar a temática ambiental em todas as suas disciplinas. “No entanto, não devemos colocar apenas nas crianças ou nas ‘gerações futuras’ a responsabilidade de se recuperar e preservar o meio ambiente, devemos começar agora, cidadãos do planeta Terra, de todas as idades, religiões e atividades”, adverte Rachel.

Rachel explica que por meio de ações como palestras, oficinas, divulgação em mídias e até apresentações lúdicas, a educação ambiental visa sensibilizar a população sobre a situação ambiental que enfrentamos e ao mesmo tempo mostrar como é possível e significativo cada um fazer a sua parte para que o planeta seja beneficiado. “Diz-se que é um trabalho de ‘formiguinha’, levando em consideração que um sistema com todas suas interligações funciona perfeitamente quando cada um dá sua contribuição”.

“A educação ambiental vem como instrumento para transformar os conceitos que grande parte da população já sabe em atitudes onde todos saem ganhando. Cuidar do meio ambiente é bom para o mundo todo; e, se é bom para o mundo, é bom para todos que estão nele”, finaliza Rachel.