domingo, 1 de fevereiro de 2009

Realista: Episódio de A Lei e o crime custa R$500 mil

Por Thaís Bronzo

Entre elenco, diretores e autor presentes na coletiva de imprensa de A Lei e o crime, nesta terça, dia 9, no Rio de Janeiro, a mesma resposta foi ouvida diversas vezes pelos jornalistas: é um seriado bem realista, que faz refletir sobre o tema-título.

Marcílio Moraes, autor da trama, afirmou que a televisão brasileira não tem tradição no seriado dramático, por isso A Lei e o crime pode ser considerado uma inovação.

- A gente procura questionar a fronteira entre a lei e o crime, que aqui no Brasil é muito próxima. Ele não afirma, mas questiona e faz refletir.

Quando questionado sobre mais uma dramaturgia abordar a violência, Marcílio respondeu:

- A violência é uma questão milenar na dramaturgia, desde os gregos se fala da violência. Por isso não é uma questão de explorar de novo. Eu procurei não criar estereótipos. O bandido tem suas razões, tem a história que se desenvolve, que o espectador vai acompanhar, vai saber o porquê ele está fazendo aquilo. Ou seja, trabalha com conflitos humanos mais do que essa questão do vilão e do bonzinho.

Ele garante que a trama não possui um vilão, no sentido literal da palavra.

- Nando, por exemplo, não é um bandido que resolve matar, ele comete um crime passional que desencadeia outras ações. Ele é violento e agressivo, mas não pode ser considerado um vilão.

Por ser um seriado, Marcílio conta que a ação é contínua.

- Na novela precisa de um respiro maior entre as ações, no seriado precisa menos, porque é uma vez por semana. Então dá aquela porrada, tem uma semana de intervalo para o próximo episódio. A cada episódio tem que ter uma história pronta.

O diretor geral do núcleo de teledramaturgia da emissora, Hiram Silveira, lembrou que este será o primeiro programa da Record gravado em alta definição (tecnologia HD), com câmera de cinema. Já o diretor geral, Alexandre Avancini, completou afirmando que todas as cenas são gravadas com uma única câmera.

- Em novela são usadas quatro câmeras em cada cena, por isso, também, que é mais caro. Mas isso faz com que a qualidade fique próximo aos seriados americanos, afirmou Avancini.

- Cada episódio vai custar de 50 a 60% mais caro que um capítulo de novela, que em média custa R$300 mil. Ou seja, cada capítulo de A Lei e o crime vai custar em torno de R$500 mil, garantiu Silveira.

A Lei e o crime conta com 16 episódios, sendo que oito, segundo o autor, já estão escritos. De acordo com o diretor geral, as gravações em estúdio começam dia 12, pois, por enquanto, só tiveram cenas externas.

O seriado será exibido a partir de 5 de janeiro até 20 de abril, às segundas, às 23h. E se vai ter uma segunda temporada...

- Não se cogita isso ainda. Vai depender muito de como for aceito. Mas eu também tenho que pensar se vai ter caldo para mais.