sábado, 12 de abril de 2008

Estresse: vilão ou bonzinho?


Saiba como administrar algo tão comum nos dias de hoje

Por Thaís Bronzo


Corre para cá, corre para lá, trânsito, violência, competitividade no trabalho, a agitação da vida moderna: tudo isso gera estresse. Apesar de frequentemente descrito como algo ruim, o estresse, se bem administrado, pode trazer benefícios principalmente no campo profissional.

O estresse é a reação do organismo a uma situação que exige grande adaptação. De acordo com o psiquiatra e psicoterapeuta Tito Paes de Barros Neto, diretor do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS), este estado de tensão causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo. “Este equilíbrio interno é chamado de homeostase e, quando ele é rompido, não há entrosamento entre os vários órgãos do corpo. Chamamos de estresse inicial quando alguns órgãos precisam trabalhar mais que os outros para poderem lidar com o problema”, diz Barros.

Mas o estresse que era inicial pode migrar para uma fase mais avançada, com implicações diferentes em nosso organismo. Segundo Barros, as fases do estresse são: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão.
- Na fase de alerta há uma maior produtividade e motivação, existindo, no entanto, a quebra na homeostase do indivíduo. Com este desequilíbrio interno há um esforço maior despendido, visando um enfrentamento da situação desafiadora;
- Na fase de resistência há uma busca pelo reequilíbrio, acarretando uma grande utilização de energia. Nesta fase, já há dificuldade de memória;
- Na fase de quase exaustão há momentos que o indivíduo consegue resistir as tensões e em outros não consegue. Apresenta cansaço, ansiedade e desconforto. Algumas doenças podem aparecer; e
- Na fase de exaustão há um comprometimento físico muito grande, há exaustão psicológica. Neste momento é importante a procura do médico.

Em geral, os principais sintomas do estresse são: tensão muscular, irritabilidade, acordar cansado pela manhã, dificuldade de memória e concentração, ansiedade, problemas dermatológicos, retração de gengiva, desânimo e depressão.

A psicóloga Cristiane Gebara Ferreira, também diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS), afirma que o estresse na fase de resistência, quando bem administrado, leva a pessoa a uma alta produtividade, portanto, é muito bem visto pelas empresas. “O problema é saber ponderar e não entrar na fase de exaustão. Os limites tornam-se sutis e geralmente são ultrapassados”.

A rotina e os compromissos do dia-a-dia se tornam um prato cheio para uma vida estressante. Como não há cura para o estresse, é importante haver o controle, afim de não atingir as áreas social, afetiva, saúde e, até mesmo, profissional.