Por Thaís Bronzo
Você sabia que a sua letra e a forma como escreve pode dizer muito sobre a sua personalidade? De acordo com o grafólogo Paulo Sergio de Camargo, no livro "Sua escrita, sua personalidade", a grafia pode revelar estados de humor e até possíveis doenças. "A manifestação gráfica tem origem no cérebro. Qualquer alteração nesse órgão é automaticamente acusada na escrita, qualquer emoção presente é registrada na ponta da caneta, embora nem sempre sejamos capazes de perceber isso", explica o autor.
Linha
No Brasil e em todos os países em que é adotado o sistema de escrita ocidental, a mesma é feita da esquerda para a direita e de cima para baixo. Por isso, as linhas ideais são as retas, que acompanham o sentido horizontal do papel. "É assim que aprendemos na escola, em cadernos com pautas, que servem de baliza. A situação muda quando o papel está em branco; nem sempre conseguimos escrever de maneira retilínea", afirmou Camargo.
Segundo o autor, a direção das linhas no papel reflete, antes de tudo, as variações de humor e a vontade de quem escreve, e está intimamente ligada ao controle (ou falta dele) de nossas energias. "A pessoa que escreve ou assina de maneira retilínea mostra constância e perseverança naquilo que realiza. Tem bom controle de seus impulsos".
Já a escrita ascendente, em que as linhas vão subindo no papel, é sinal de ambição, entusiasmo, bom humor e otimismo. As pessoas que escrevem assim costumam ter boa saúde física.
Na escrita descendente, em que as linhas vão caindo ao longo do texto, é revelado sinais de cansaço, desânimo e falta de vontade para enfrentar o mundo. "Todavia, é preciso ter cuidado. Em alguns casos isso pode ser temporário, pois ocorre após partos e em períodos de cansaço, pós-operatórios ou relacionados com infecções, tensão pré-menstrual, decepções ou desilusões etc. Após a recuperação, a escrita volta a ter a direção normal", explica o autor no livro.
Letras
Minha letra é grande ou pequena? No livro "Sua escrita, sua personalidade", Paulo Sergio explica que o parâmetro usado para medir a dimensão da escrita é o tamanho das letras ovais, ou seja, "a" e "o". "Quando as ovais têm mais que três milímetros, a escrita é considerada grande; se tiverem menos que dois milímetros, pequena".
O tamanho da letra mostra o sentimento da pessoa sobre si e, conseqüentemente, a relação do escritor com os demais e com a realidade.
Quando a escrita é grande, significa que a pessoa quer se mostrar, ser valorizada, expor seus sentimentos por meio de atitudes e gestos. Também é um dos sinais de extroversão.
Já a escrita pequena é sinal de que a pessoa se interioriza e concentra seus esforços naquilo que realiza. A atenção aos detalhes é grande e, normalmente, está relacionada com a introversão. "Quando acontece em grau elevado, indica, no plano psíquico e temperamental, escassa capacidade de adaptar-se às situações", ressalta Camargo.
E quem escreve com letra de forma? De acordo com o autor, o principal objetivo de quem escreve assim é de "fazer bonito" diante de si mesmo e dos outros. "Pode ocorrer em pessoas com elevado sentimento estético ou com falta de autenticidade, ou seja, preocupadas em demonstrar algumas qualidades pessoais perante o mundo".
Assinatura
Tão pessoal quanto a letra é a assinatura. No livro "Sua escrita, sua personalidade", o autor explica que a assinatura legível é sinal de sinceridade. "Na hipótese de somente o sobrenome ser legível, a assinatura demonstra orgulho da família e desejo de tratamento formal. Quando a ênfase é dada ao primeiro nome, ela denota familiaridade, infância feliz e preferência pelo tratamento informal".
Já as assinaturas ilegíveis mostram que a pessoa deseja preservar sua intimidade, por timidez, dissimulação ou covardia.
"Para concluir: não existem escritas bonitas ou feias, elas representam aquilo que somos e, portanto, como disse Pierre Faideau: ‘O respeito ao outro implica o respeito à sua escrita'", escreveu Paulo Sergio de Camargo.
Bibliografia - "Sua escrita, sua personalidade", de Paulo Sergio de Camargo, Editora Agora
