sexta-feira, 11 de abril de 2008

As férias chegaram: e agora?


É hora de fazer tudo o que não deu tempo de realizar durante o ano

Por Thaís Bronzo


As férias chegaram e com ela o sentimento de liberdade, de fazer tudo o que não foi possível realizar durante o ano. Momento de dar um tempo no trabalho e nos estudos e aproveitar todas as horas do dia, que é inteirinho para você!

“Férias é o momento de relaxar, desestressar de tudo, do que estudou e trabalhou durante o ano. É todo aquele momento para si, que você não tem quando está trabalhando. É um período para curtir. Sempre que posso, vou a praia, viajo, saio com os amigos. Tudo o que eu não faço durante o ano, faço nas férias”, avalia a estudante Carolina dos Santos, de 21 anos.

“Quando tenho férias, eu descanso, durmo bastante, faço coisas que não consigo fazer quando estou trabalhando e estudando, como ir ao shopping, assistir a filmes. Só de ficar em casa, sem se preocupar com chefe e trabalho, já valem as férias”, diz, rindo, o editor de vídeo Jean Marques, de 27 anos.

“Férias é tempo para refletir sobre tudo o que passou e o que virá no próximo ano. Quando não viajo, costumo fazer as coisas que não dá tempo no dia-a-dia, como praticar esportes, dormir, descansar”, enumera o estudante Renato de Souza Bueno, de 19 anos.

Antes de ser um direito, as férias devem ser encaradas principalmente como uma oportunidade do trabalhador ou estudante autogratificar-se pelo ano intenso de atividades. “Uma oportunidade para colocar em dia os preceitos básicos da qualidade de vida e da felicidade, geralmente comprometidos pela jornada de trabalho: atenção à família, atenção a si próprio, repouso, lazer, reflexão”, explica o psicólogo Floriano Serra, que também é diretor de recursos humanos e qualidade de vida de uma empresa farmacêutica.

“As férias permitem que os alunos tenham um período maior para diversões em que possam se descontrair, ficar mais com a família, com os amigos e dedicar-se a outras atividades sociais. Também permitem mais tempo para a reflexão e, conseqüentemente, amadurecimento”, garante a professora Maria Rita Moino, que também é assistente de direção de um colégio de São Paulo.

“Sem as responsabilidades e pressões diárias do trabalho, o indivíduo relaxa a mente e conseqüentemente o corpo. Recupera sua auto-estima, sua afetividade e sua alegria de viver. De férias, é como se ele se transformasse em ‘outra pessoa’ – geralmente mais simpática que a ‘outra’”, completa Serra.

Além dos nossos desejos, as férias são ótimas para atender aos nossos requisitos biológicos. “Ou seja, dormir de acordo com o que o organismo exige, segundo sua necessidade biológica, que varia de pessoa para pessoa”, explica o biomédico Edson Delattre, que também é professor pesquisador do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas (Unicamp). “O período de sono é requisito essencial para a saúde, bem-estar e produtividade do indivíduo. Há pessoas que se contentam com cinco horas e meia de sono por noite (pequenos dormidores), enquanto outras têm a necessidade biológica de nove horas e meia (grandes dormidores), que normalmente só pode ser atendido nas férias”.

Mas, para não voltar ao batente mais cansado e estressado do que quando saiu de férias, não é preciso muito, apenas planejamento: o que eu quero fazer nestas férias?

“As férias podem ser aproveitadas de diversas formas: viajar com a família e os amigos, passear em parques, visitar museus, conversar com os colegas, ler bons livros, ouvir boas músicas, assistir a filmes ou a espetáculos, enfim, atividades que dependem ou não de condições financeiras, mas, principalmente de nosso empenho para que aconteçam. E, na maioria das vezes, são as atividades mais simples as mais prazerosas”, enumera a professora Sandra Aparecida de Souza Sarto.

“Antes de tudo, programe-as de forma compatível com seus ganhos. Não tem graça nenhuma a pessoa voltar de férias endividada e preocupada com novas contas a pagar. Também gozá-las com equilíbrio e bom senso. Algumas pessoas têm a tendência de cometer excessos durante as férias. É preciso lembrar que os valores morais, culturais e espirituais jamais tiram férias. Ou seja, também não tem graça nenhuma voltar das férias com a saúde abalada ou com arrependimentos por ter feito o que não deveria. Até alguns quilinhos a mais, tudo bem, afinal, ninguém é de ferro”, finaliza Serra.