quinta-feira, 10 de abril de 2008

Convívio social estimula idosos a fazer exercícios


Benefícios da atividade física vão além da saúde

Por Rodrigo Herrero e Thaís Bronzo

A atividade física se mostra cada vez mais importante também para a terceira idade. Ela pode ajudar na redução do desgaste dos ossos, além de reforçar os músculos, possibilitando uma melhor qualidade de vida para os idosos no seu cotidiano. Mas também, o convívio entre os idosos, a possibilidade de fazer amizades e sair da rotina também são possíveis.

“A resistência física melhora, além de ajudar a prevenir e a tratar doenças como osteoporose, hipertensão, diabetes”, explica o professor de Educação Física Ricardo Linares Pereira, que trabalha num programa de atividade física voltada à terceira idade existente há onze anos no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP).

E os próprios idosos confirmam os benefícios que uma ginástica, uma corrida, uma caminhada, podem fazer à saúde deles. “Eu acho primordial para a nossa saúde porque isso faz com que nos sintamos bem”, garante a advogada aposentada, Maria Lourdes Neves, de 65 anos, que freqüenta o CEPEUSP.

Outro que costuma ir todos os dias ao local é o aposentado Delosanto Trala, de 71 anos. Ele faz exercícios há 30 anos, depois de ter sofrido um acidente de carro que afetou sua coluna cervical, aliado a um problema de obesidade que tinha na época. Aconselhado por um médico, desde então não parou mais, todos os dias ele corre, pedala na bicicleta ergométrica, entre outras atividades. “Eu acho que vou chegar aos noventa, porque eu faço pelo menos uma vez por ano o check-up geral e os médicos sempre me elogiam”, diz.

Já a senhora Eliza Bertucho Carrara, de 97 anos, foi motorista de ônibus escolar por 30 e hoje faz atividade física numa clínica de ortopedia na zona oeste de São Paulo para ter mais mobilidade e fazer o que mais gosta: dirigir um automóvel de vez enquando. “Eu estava com uma dor na perna e fui no médico. Ele me mandou fazer atividade física e eu melhorei bastante. Ando melhor. Meu braço também doía muito, parecia alguma coisa enfiando na carne e agora não dói mais. Quando tenho que ir no supermercado eu pego um carrinho, quando eu tô com alguém, ele me ajuda, mas do contrário eu vou só”, conta.

Convívio social


Além dos benefícios físicos, o convívio entre os idosos e a oportunidade de fugir da rotina caseira ajudam e muito na auto-estima dos idosos, contribuem . Por exemplo, das aulas no CEPEUSP surgem muitos encontros na casa das alunas, festas, almoços, fotos e muito bate-papo.

“Eles criam ritmo diferente de vida, não ficam mais em casa esperando a visita de um filho ou algo parecido, eles vão à luta e vão formar novos vínculos, seja com os colegas, professores. Quem começa geralmente não quer mais parar e voltar na rotina antiga”, afirma Pereira.

“Nós fazemos muitas amizades aqui e minha saúde está muito boa, graças a Deus. Minha pressão nessa idade é 11 por 7, muitos falam que é de uma criança. Sou uma pessoa sadia, não tenho nada. Eu faço aula das oito ao meio-dia. Só a tarde é que eu vou pra firma”, relata a empresária de 76 anos Laura Jorge.